Amazonia

COLEÇÃO CORREDORES BIOCULTURAIS DO BRASIL 6 Oh Amazônia, cuidado com o pé do boi. Chico já disse ninguém mais se esqueceu; O latifúndio traz miséria, acaba a mata, incendeia, desacata milenares filhos teus. Se expulsar o seringueiro meu amigo, pense comigo a seringueira vai chorar; É sua escora, é companheira, é sua amiga e ela percebe que ele sabe preservar. Muita tristeza no tombo da castanheira, pro castanheiro é quase morrer de dor; Ver destruída sua eterna companheira, por um projeto que ele não testemunhou. E como fica onça pintada, arara azul, paca, cutia, periquito, porco-espinho; O jacaré, traíra, boto e lambari, pedem socorro com seu choro jacamim. Chega de longe uma falsa ecologia, mas, essa fria seu projeto já mostrou; Imperialismo vem escrito na cabeça, não tem magia quem não conhece o amor. Levanta o índio junto aos outros companheiros, vimos ligeiros contra a força desse mal; Fazer corrente em toda a América Latina, a causa é nobre, a luta é internacional. Zé Pinto Cantor e compositor popular Poema da canção Devoção à Amazônia, gravada em 1998. Coletânea Arte em Movimento (Pinto, 2002). DEVOÇÃO À AMAZÔNIA

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz