Caatinga

COLEÇÃO CORREDORES BIOCULTURAIS DO BRASIL 12 Essa tecnologia tem como objetivo potencializar a oferta hídrica aos “quintais produtivos”, para a produção de alimentos, plantas medicinais, jardins e a criação de animais de pequeno porte, como galinhas, porcos e outros. Nos períodos de estiagem o calçadão é utilizado para secagem de produtos como feijão, milho, goma, a casca e amaniva damandioca para passar na forrageira, que serve de alimento para os animais e para outros usos. As cisternas-calçadão incentivam agricultores/as a implantarem os quintais produtivos, ao redor das casas, em geral geridos pelas mulheres, e possuem uma alta capacidade produtiva e reprodutiva, utilizando práticas agroecológicas. IRPAA – RECAATINGAMENTO/FUNDO DE PASTO Recaatingamento é uma metodologia de mitigação dos efeitos da desertificação e do aquecimento global. Visa a manutenção dos serviços ecossistêmicos associados, como a regulação climática, o sequestro e fixação de carbono e a conservação e recuperação do bioma Caatinga, que é a base da vida, produção e reprodução das comunidades agropastoris e extrativistas de Fundo de Pasto. A proposta de Recaatingamento teve início com a observação e preocupação das mulheres das comunidades que se dedicam a coletar frutos na caatinga, preocupadas com a possibilidade de extinção de plantas essenciais para a manutenção de seu modo de vida, a exemplo do Umbuzeiro. As mulheres observavam que as fruteiras estão envelhecidas e que não há plantas novas, havendo, dessa forma, a necessidade de reposição e ampliação das espécies frutíferas. As técnicas desenvolvidas buscam valorizar ainda mais atividades tradicionalmente femininas, como beneficiamento de frutas, quintais produtivos e outras, que eram desvalorizadas frente as atividades masculinas, principalmente a criação de cabras, carneiros e vacas de forma extensiva nos fundos de pasto. O Recaatingamento contribui para o fortalecimento da resiliência climática das comunidades, proporcionando a manutenção da Caatinga em pé, como de fonte de alimento, de renda, de espiritualidades e de identidade cultural. As Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto são legalmente fundadas em títulos ou posse imemorial, que tiveram a sua existência reconhecida pela Constituição baiana de 1988, no parágrafo único do Artigo 178. Suas principais características são: o uso

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