Cerrado

COLEÇÃO CORREDORES BIOCULTURAIS DO BRASIL 16 DESAFIOS E/OU AMEAÇAS FALTA CONHECIMENTO E RECONHECIMENTO DO POTENCIAL ECOLÓGICO E CULTURAL DO CERRADO E SEUS POVOS No Chão do Cerrado, a vida é arrancada pelas empresas nacionais e internacionais do agrohidromineronegócio: a diversidade das plantas vira monocultivo de soja, eucalipto e cana-de-açúcar pelas ações desses senhores de guerra. Seus atos de destruição são encobertos e legitimados como “atividades produtivas”, “desenvolvimento” e “progresso”, suas armas químicas que envenenam ar, água e terra são chamadas de agrotóxico e vendidas em embalagens comerciais. Toda essa operação intrincada, concebida para ocultar, é autorizada e legalizada com frequência por projetos de lei aprovados nos parlamentos, onde parte de seus legisladores é financiada pelas corporações interessadas, quando não parte integrante dos “negócios” (TPP, 2022, p. 39). O Cerrado é definido como “savana” – e a savana é propositalmente tratada como bioma pobre, homogêneo e ordinário, passível de ser sujeitado, colonizado e devastado para dar lugar a pastos, monocultivos, mineração e infraestruturas. Com a construção de Brasília, entre o final dos anos 50 e início dos 60, uma capital federal inteiramente planejada por modernistas e imposta sobre a natureza, o avanço se acelerou enormemente. Grandes empreiteiras se formaram ou cresceram nesse contexto, passando a construir as estradas que arrebentaram o Cerrado (TPP, 2022, p. 41).

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