Medio ambiente y corrupcion en America Latina y el Caribe

174 Conclusões e recomendações Não basta trabalhar apenas pela justiça social: dignidade/igualdade e direitos humanos, solidariedade e equidade socioeconômica, representatividade e reconhecimento do outro. Também não basta trabalhar apenas pela justiça ambiental: o direito humano a um meio ambiente saudável, a proteção das áreas naturais/biodiversidade, a obrigação de emitir menos GEE (responsabilidades climáticas diferenciadas). Superando essas dicotomias, é preciso avançar em uma concepção abrangente que, sobretudo, possa refundar o pacto relacional entre os seres humanos e o planeta em direção a uma relação mais harmoniosa, respeitosa, ética, equilibrada e recíproca, desde a construção da subjetividade humana. Os gritos da Terra e dos povos, convocam a trabalhar pela justiça socioambiental, pelos direitos humanos, mas também pelos direitos de sobrevivência da vida não humana, e isso pode buscar muitas inspirações na perspectiva do Bem Viver dos povos indígenas andinos e amazônicos, como o Papa Francisco também destaca na Laudato Si’ (2015) e depois na exortação apostólica Querida Amazônia (2020). Por fim, percebe-se claramente a necessidade de avançar na participação cidadã e na coesão comunitária por meio de uma ética construída a partir da relação socioambiental em todos os níveis (do local ao global), o que fará com que o combate a esse fenômeno seja percebido como uma responsabilidade intra e internacional. Nesse sentido, recomenda-se que as organizações da sociedade civil, como centros sociais, centros comunitários, cooperativas e associações, caminhem radicalmente no sentido de ocupar espaços estratégicos de controle social sobre as políticas públicas nos níveis municipal, departamental e nacional. A participação da academia como colaboradora nesse controle social é fundamental e pode ser efetivamente alcançada com a criação de observatórios socioambientais, observatórios para o controle da democracia e da boa governança, proporcionando contribuições interdisciplinares de suas múltiplas áreas de atuação, assim como a vinculação compromissada dos futuros profissionais junto a estas causas. Este é, inclusive, um fértil terreno para a curricularização da extensão universitária em nossas realidades. No entanto, o impacto dessa iniciativa depende, em grande medida, não apenas de um bom monitoramento, mas também de como ela atende às demandas dos atores organizados, envolvendo-os ao longo de todas as etapas do processo; e isto, não raras

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