175 Conclusões e recomendações vezes, exigirá inovação dos formatos convencionais de Observatórios e núcleos de investigação científica. No mundo da educação, no que diz respeito à formação da subjetividade e da personalidade humana em todos os níveis, devemos combater as tendências do mercado financeiro no mundo da educação e nos posicionar para a opção de uma educação humanista, que diante de conteúdos aleatórios coloca o imperativo das práticas democráticas, da ética, das relações cotidianas de reciprocidade com a Natureza, como elementos de princípio a toda a sua prática pedagógica, de modo a apoiar a construção de uma Cidadania Ecológica ou Socioambiental. As instituições educativas católicas têm uma importante responsabilidade nesta missão, tanto pela sua abrangência e proeminência no campo da educação, como pela sua missão cristã. Uma plataforma promissora para esse processo é o Pacto Global de Educação, proposto pelo papa Francisco em 2019. Por sua vez, sugere-se aos partidos políticos progressistas e aos atores políticos que realmente defendam a democracia, que avancem na implementação das frentes parlamentares do meio ambiente, dos direitos humanos e dos Direitos da Natureza nas arenas legislativas e abram à participação popular com a consolidação de conselhos participativos e o fortalecimento dos órgãos de controle da corrupção e das ilegalidades socioambientais em nível executivo. Não podemos deixar de considerar que, no nível educacional básico, bem como no nível acadêmico, político, social e econômico, devemos ampliar e garantir os espaços de participação das populações originárias e tradicionais de nossos países, a partir de uma escuta sensível e descolonizada, compreendendo e absorvendo suas demandas na estruturação de políticas públicas, colocando-os como protagonistas, especialmente no que diz respeito à demarcação e proteção de suas terras tradicionais. Esses povos e os seus estilos de vida demonstraram ser a maior salvaguarda contra as alterações climáticas com que podemos contar neste momento. Percebe-se que somente com a formação de uma ação coordenada entre atores sociais, políticos e educacionais é que se pode avançar de forma historicamente efetiva e pragmática na quebra da relação simbiótica por vezes estabelecida entre meio ambiente e corrupção em nossas sociedades. Isso, ao final, deve se manifestar na ratificação de acordos que fortaleçam a prática da transparência nas contas públicas e privadas
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