56 Estado e sociedade civil frente aos desafios da questão ambiental e da corrupção no estudo elaborado por Gudynas (2017), analisando casos de corrupção no contexto do extrativismo. Estas situações também indicam um certo poder, neste caso popular, e exatamente por isso podem sofrer investidas do poder econômico para que se obtenha a concordância de determinada comunidade para atuações que levarão a impactos sociais e ambientais, sempre ocultados ou minimizados impactos no momento das negociações. 2. Estudos de casos sobre corrupção e Meio Ambiente Frente a tal reconhecimento faz-se necessário articular conteúdos para descortinar a problemática da corrupção e o meio ambiente. A primeira articulação necessária a ser feita, justamente já explicitada ao longo do primeiro capítulo desta obra, refere-se à premissa de que a corrupção ambiental é diretamente vinculada à violação de direitos humanos e assim propomos a superação dicotômica entre ambiental e social, investindo em uma perspectiva ecológica integral que aponta a seara da justiça socioambiental como profícuo campo para tais estudos de correlação. O campo da Justiça Socioambiental ainda está em plena construção e por muitos momentos ainda percebem-se compreensões dissonantes ou assimilativas entre outros temas genéricos como justiça ambiental, justiça climática, racismo ambiental entre outros. Para os fins dos estudos promovidos ao longo desta obra, assumimos o conceito de Justiça Socioambiental elaborado pela Rede de Promoção para Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil (MPJSA, 2021, p. 12) ao afirmar que: Entende-se por Promoção da Justiça Socioambiental (PJSA) todas as ações que têm como objetivo colaborar para a superação das injustiças presentes em nossa herança histórica e reproduzidas pelo atual modelo de desenvolvimento extrativista e financeiro, gerador de desigualdades sociais e de agressões ambientais inomináveis. A rigor, dentro da perspectiva da concepção de Ecologia Integral apoiada na Teologia da Reconciliação, que nos foi apresentada pelo Papa Francisco, existe uma sinalização implícita do conceito de (in)justiça envolvendo o nosso convívio na Casa Comum, em todas as esferas de relações, com o convite para um processo urgente e necessário de reconciliação e construção de relações justas. Trata-se basicamente de todas as
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