Medio ambiente y corrupcion en America Latina y el Caribe

62 Estado e sociedade civil frente aos desafios da questão ambiental e da corrupção retorno da participação da sociedade civil nos conselhos, a intenção de retomada das conferências públicas. Entretanto, será isso suficiente para combater a corrupção e a degradação socioambiental? Vimos acima que a posição frente à corrupção dependerá de cada governo, alguns atuando para mantê-la ou mesmo para incentivá-la, e outros para combatê-la. Analisando a relação entre Estado e sociedade civil e como essa relação pode contribuir para minimizar o problema da corrupção e suas consequências sobre o meio ambiente, pode-se ressaltar alguns elementos. Um primeiro aspecto é que a corrupção está relacionada ao grau de desigualdade social e econômica (Magenta, 2022) e ao grau de individualismo e de solidariedade em determinada sociedade. Com isso, quanto maior a desigualdade social, com maior espaço para o individualismo, maiores serão as possibilidades de proliferação da corrupção (Faversani, 2021). Por outro lado, quanto maior a igualdade social, indicando maior justiça social e maior disseminação da solidariedade, menores serão as chances de surgimento e de avanço da corrupção na sociedade em geral e no Estado. Assim, o avanço em termos de solidariedade social, com redução significativa das desigualdades sociais será um elemento fundamental para a transformação de uma sociedade em termos sociais, culturais, morais e ambientais, com consequente minimização do grau de corrupção. O combate à corrupção exige que se considere concretamente cada realidade, mas com decisões políticas e planos de curto, médio e longo prazos. Será a partir de cada contexto e realidade que se poderá identificar as situações concretas e atuar para a resolução dos problemas, com a adoção de tais políticas e planos. Entretanto, de uma forma geral, pode-se apontar alguns elementos fundamentais nesse processo. Inicialmente, a opção política por uma transformação social, levando a maior igualdade social e a uma sociedade mais solidária e colaborativa, o que levaria a projetos e políticas públicas concretas para a reversão de um possível quadro de maior desigualdade social, implicando em transformações sociais, econômicas, culturais, ambientais entre outras. Essa opção levaria à busca de identificação também da amplitude da corrupção na sociedade, com o estabelecimento de planos e ações para combatê-la nos órgãos estatais e na sociedade em geral, mas tendo a clareza de que essa mudança se daria de acordo com os avanços também sociais e na própria cultura.

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