70 Governança ambiental e governança climática disputa pela estrutura de governança do clima no mundo, as potências climáticas e econômicas incidem como agentes de forças concentradas, atuam com um nível mais alto de influência sobre o social e climático (Viola & Franchini, 2013). Estudos demonstram que existem três categorias de potências climáticas. São elas: superpotências (China, Estados Unidos e União Europeia), grandes potências (Brasil, Coreia do Sul, Índia, Japão e Rússia) e potências médias. O primeiro grupo é caracterizado por agentes necessários para que qualquer acordo global climático tenha alguma perspectiva de ser eficiente. O Brasil se enquadra na segunda categoria de potências climáticas que são caracterizadas por países que não detêm poder de veto a respeito de um possível acordo, porém têm a possibilidade de atuar como catalisadores, ou entraves, ao processo de governança. Para além de compreender as dimensões de poder e parte de sua influência, o nível de compromisso climático dos agentes e um conjunto de elementos relacionados a isto são apresentados como necessários para avaliar o rumo da governança global do clima. O compromisso climático é definido pelos autores como: O grau de assimilação que uma determinada sociedade tem da mudança climática como vetor civilizatório principal. Esse compromisso se expressa não apenas na posição internacional de negociação de um Estado, mas na trajetória das emissões de GEE e na densidade das políticas climáticas domésticas (Viola & Franchini, 2013, p. 3). 1. As mudanças climáticas O relatório apresentado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em abril de 2022, apresentou que as emissões negativas de carbono entre os anos de 2010 e 2019 foram as mais altas na história da humanidade. Os atuais níveis de concentração de Gases do Efeito Estufa (GEE) são alarmantes; a previsão é de que a temperatura média global se eleve entre 1,8°C e 4°C até 2100. Isso significa uma alteração drástica na Natureza e ecossistemas, o que consequentemente afeta a vida humana na terra. Esse cenário indica que o aumento de temperatura ocasionará um crescimento intensivo de eventos extremos e uma mudança no regime das chuvas, com maiores episódios de secas e enchentes.
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