Medio ambiente y corrupcion en America Latina y el Caribe

73 Isabelle Riberio 3. O Brasil O Brasil se posiciona como um importante protagonista no contexto global das questões climáticas. Com uma população de mais de 207 milhões de habitantes (IBGE, 2022) e um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente 9,9 trilhões de reais (IBGE, 2022), o país emitiu 2,42 bilhões de toneladas brutas de CO2 e, em 2021, de acordo com a 10ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases do Efeito Estufa (SEEG). O Observatório do Clima analisou esses dados e afirmou que houve um aumento de cerca de 12% em relação ao ano anterior. As características brasileiras colocam o país em uma posição privilegiada internacionalmente, o que significa a obtenção de vantagens significativas na transição para uma economia de baixo carbono e também atuação como ponte de ligação entre países desenvolvidos e os emergentes. Esse segundo fator ocorre pela importância geopolítica no contexto da América Latina e Caribe e pelo fato de o Brasil ser um importante interlocutor junto das nações industrializadas e das economias emergentes (Roett, 2011). Outros aspectos nacionais devem ser considerados como: os recursos naturais, a possibilidade de efetivar uma matriz energética com inclusão de fontes renováveis, o potencial tecnológico, as vastas dimensões territoriais e o alto potencial de transição para uma economia de baixo carbono. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética – EPE (2021), cerca de 44,8% da matriz energética brasileira provêm de fontes renováveis. Esse fato indica um alto potencial para a transição para uma economia de baixo carbono no país. Na composição deste perfil energético há a influência da hidroeletricidade e dos biocombustíveis. Evidentemente, nestes casos não deve-se fechar os olhos para os conflitos socioambientais que determinado tipo de energia aceita como "limpa" podem causar em seus impactos de implementação e execução, como o célebre caso da Usina hidrelétrica de Belo Monte e toda a afetação a milhares de indígenas e ribeirinhos na região do Xingu (PA). É importante também ressaltar que mais da metade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do país provêm do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, bem como das atividades agropecuárias. Esses são aspectos significativos que moldam o perfil energético do Brasil e destacam a necessidade de abordar essas questões para alcançar uma

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