Desafios éticos, jurídicos e de governança para o desenvolvimento de sistemas de IA voltados à sustentabilidade ambiental 24 comercial de escritórios. A estimativa do gasto energético na implantação de dados de um sistema de IA é aproximadamente “10 vezes maior na primeira fase de treinamento – o que significa 500 toneladas de CO2, uma emissão comparável a dirigir um carro a gasolina por 1 milhão de quilômetros de distância ou realizar 500 voos entre Nova York e Frankfurt”. A IA, ao ser consumida pelo cidadão, a exemplo do ChatGPT, pode em uma única consulta gerar “uma pegada de carbono quatro vezes maior do que uma pesquisa no Google”, o que significa inferir que a tecnologia deve ser usada de forma mais responsável por todos (Insper Instituto de Ensino e Pesquisa [Insper], 2023). Os centros de dados da União Europeia consumiram 2,7% da energia e se o desenvolvimento continuará nos níveis atuais vão consumir 3,21%no ano de 2021 (European Commission, 2020a). Estimativas apontam que “mais de 500 milhões de tweets por dia de manhã sejam responsáveis por cerca de 13,39 toneladas métricas de CO2 emitidas a cada 24 horas”. Da mesma forma, fake news encaminhadas maciçamente e a distribuição de anúncios publicitários para celular ou notebook são responsáveis por ampliar as externalidades negativas relacionadas à quantidade de energia consumida. O aumento da capacidade da IA, em especial a generativa, amplia a pegada de carbono. Portanto, as grandes big techs, além do elevado consumo de energia, também geramdanos ambientais diretos e indiretos pela exploração de recursos naturais e pela extração de matérias-primas para o processo de fabricação de tecnologias de IA (Iglecias & Ferrari, 2024, p. 104-108). Em estudo realizado, comparando a utilização de robôs nos Estados Unidos, China e Japão, Zhang e Zhu (2023) constataram que robôs promovememissões de carbono nos três países, mostrando que quanto maior a densidade de robôs e a energia utilizada, maiores são as emissões de CO2. No Japão além da densidade de robôs ser maior do que nos Estados Unidos, essa densidade tem efeitos na emissão de dióxido de carbono. Ao compararema China e os EUA, os pesquisadores observamquemesmo a densidade de robôs sendomaior nos EUA, na China o impacto das emissões é maior em razão da diferença de estrutura energética entre os dois países. Na China, apesar dos avanços em relação à matriz energética, o país ainda é altamente dependente de carvão. Importante observar que dos três países analisados, a China tem o menor número de robôs por mil funcionários, contudo
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