241 BIG DATA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: A ASCENSÃO DAS TÉCNICAS DIGITAIS DE CONTROLE SOCIAL Mauricio Dal Castel1 INTRODUÇÃO Segundo Byung-Chul Han, o regime neoliberal impõe, hoje, novas formas e novas técnicas de poder. O exercício destas tecnologias de poder é, inexoravelmente, caracterizado pela digitalização da sociedade, fenômeno que vem se intensificando com extrema velocidade desde os primórdios da Quarta Revolução Industrial, a Revolução Digital, a partir do surgimento de tecnologias como big data, internet das coisas, algoritmos de processamento de dados e redes sociais e, sobretudo, inteligência artificial. O artigo analisa a ascensão dos dados na sociedade contemporânea como um fator determinante de diversos aspectos econômicos, sociais, políticos e privados. Será realizada uma análise sobre a principal ferramenta de exercício do poder psicopolítico, o big data. O big data, ao possibilitar o processamento massivo de dados e em uma velocidade até então inimaginável, funcionará como a ferramenta ideal para o desenvolvimento de formas de controle novas, para o recrudescimento de formas de controle antigas, e proverá a eficiência, agilidade e precisão necessárias para o uso indiscriminado dos dados obtidos dos sujeitos para fins de acúmulo de capital e controle social. Será realizada a analítica, ainda, da ideologia que lhe confere legitimação, o dataísmo, que consiste na ideia de que os dados e o 1 Doutorando em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como bolsista da Capes. Mestre em Filosofia e Especialista em Ciências Penais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Advogado. ORCID: https:// orcid.org/0000-0002-3137-7412. E-mail: mauriciocastel@gmail.com DOI: https://doi.org/10.29327/5416230.1-11
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