Inteligencia Artificial para un futuro sostenible: desafíos jurídicos y éticos

245 Mauricio Dal Castel Simplificando, big data são conjuntos de dados maiores e mais complexos, especialmente de novas fontes de dados. Esses conjuntos de dados são tão volumosos que o software de processamento de dados tradicional simplesmente não consegue gerenciá-los. Mas esses enormes volumes de dados podem ser usados para resolver problemas de negócios que você não seria capaz de resolver antes (ORACLE, [n.d.]). Não obstante o conceito de big data oferecido pela companhia venha carregado de intenções corporativas (“esses enormes volumes de dados podem ser usados para resolver problemas de negócios que vocês não seria capaz de resolver antes”), a conceituação da Oracle oferece uma perspectiva, ainda que superficial, das capacidades técnicas e das finalidades empresariais, ainda que de forma acrítica, possibilitadas pelo big data. Estabelecido o conceito técnico de big data, aquele criado e empregado pela comunidade de profissionais da informática, necessário o retorno ao pensamento crítico sobre esta tecnologia na obra de Byung-Chul Han. No tópico precedente aludiu-se ao “protocolamento total da vida” (Han, 2018, pp. 121-127) anunciado por Byung-Chul Han, categoria segundo a qual a quantidade massiva de informações e dados hoje disponíveis e disponibilizadas através, principalmente, da internet proporcionaria uma abrangência tamanha de seu escopo que seria, e de fato é, capaz de alcançar virtualmente todos os aspectos da vida. Mas não só. A quantidade de dados de toda natureza imaginável tem o potencial de realizar um protocolamento total do mundo. Toda sorte de informação é coletada e armazenada, 24 horas por dia, 7 dias por semana, no mundo inteiro, seja por Estados-nações, empresas privadas ou indivíduos privados. Para Han (2021), o protocolamento total da vida humana através da extração ininterrupta de dados, proporcionada até mesmo pelas atividades mais banais, como a frequência e forma de uso da geladeira ou o ato de escovar os dentes, é característica central da sociedade da transparência, servindo de instrumento para sua consumação. Aduz o autor: A internet das coisas realiza e conclui simultaneamente a sociedade da transparência, que se tornou indistinguível de uma sociedade de controle total. Observamos

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