Inteligencia Artificial para un futuro sostenible: desafíos jurídicos y éticos

Big data e inteligência artificial: a ascensão das técnicas digitais de controle social 246 as coisas que nos cercam e elas nos observam. Enviam informações sem parar sobre o que fazemos e o que deixamos de fazer. A geladeira, por exemplo, conhece e avisa sobre nossos hábitos alimentares. A escova de dentes conectada, sobre nossa higiene dentária. As coisas operam conjunta e ativamente no registro total da vida. A sociedade do controle digital também transforma os óculos de dados em uma câmera de vigilância, e o smartphone em um grampo de escuta secreta [...] No lugar do Big Brother, aparece o big data. O registro total e ininterrupto da vida realiza e executa a sociedade da transparência (Han, 2021a, pp. 52-53). Para o autor, o big data significará, ao fim e ao cabo, a completa manipulação e previsibilidade do futuro, através da possibilidade de previsão e do prognóstico do comportamento humano a partir de sua instrumentalização como ferramenta de predição. O big data, diz Han, funciona como instrumento psicopolítico capaz de manipular as pessoas como marionetes ao intervir na psique humana e influenciá-la sem que elas saibam. Para o autor, o big data indica o fim da vontade livre como a conhecemos (Han, 2021a, p. 40). Para André Perin Schmidt Neto (2021), em obra onde analisa especificamente a relação entre o livre arbítrio e o big data, a inteligência artificial, munida de tecnologias algorítmicas e de processamento massivo de dados, impõe uma nova subjetividade ao sujeito no século XXI, determinada, emmaior ou menor grau, e severamente influenciada pela congregação destas tecnologias, que, através da extração de toda sorte de dados, especialmente aqueles de caráter privado, servirão como ferramenta de predição do comportamento Alerta o autor: Baseada em seu comportamento, a inteligência artificial, via algoritmos, é capaz de processar megadados e saber as preferências, desejos, medos, ideologias, relações, hábitos, emoções, inteligências, fraquezas, compulsões, etc. de todos aqueles que agem na rede mundial de computadores. Um sistema de processamento de dados que tem sua localização, sabe o que leu e as músicas que ouviu, o que comeu, com quem conversou, etc. Dependendo dos aplicativos que o consumidor baixou no seu celular, seu perfil pode acompanhar em tempo real sua temperatura corporal, glicose no sangue, calorias ingeridas, entre outras informações (Schmidt Neto, 2021, pp. 175-176).

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