Inteligencia Artificial para un futuro sostenible: desafíos jurídicos y éticos

Big data e inteligência artificial: a ascensão das técnicas digitais de controle social 248 capacidade de armazenamento e processamento de dados, no entanto, não significa mais liberdade, mas pelo contrário, em um cerceamento absoluto da vontade livre. Para Yuval Harari, no mesmo sentido de diversos outros pensadores da tecnologia, a demanda por dados retroalimenta-se partindo do plano individual. O indivíduo é instigado a todo momento a produzir e consumir quantidades cada vez maiores. Por decorrência, seus pares também o são, já que o indivíduo, buscando compartilhar, acaba inundando as pessoas à sua volta commais informações e, de igual forma, sendo inundado também com informações dos demais, faz surgir um ciclo perpétuo de produção e consumo de dados (Harari, 2016, p. 387). Segundo Han (2018, pp. 83-85): A crença na mensurabilidade e na quantificabilidade da vida domina toda a era digital. O quantified self também reverencia essa crença. O corpo é equipado com sensores que registramdados automaticamente. São medidos a temperatura corporal, os níveis de glicose no sangue, a ingestão e o consumo de calorias, os deslocamentos ou os níveis de gordura corporal. Durante a meditação os batimentos cardíacos são medidos. Até mesmo nos momentos de repouso o desempenho e a eficiência têm importância. Estados de ânimo, sensações e atividades cotidianas também são registrados. O desempenho corporal e mental deve ser melhorado através da autoaferição e do autocontrole [...] O lema do quantified self é: Self knowledge through numbers («autoconhecimento através de números») [...] O sujeito autoexplorador traz consigo um campo de trabalhos forçados, no qual é ao mesmo tempo carrasco e vítima. Como sujeito que expõe e supervisiona a si próprio, ele carrega consigo um pan-óptico no qual é, de uma só vez, o guarda e o interno. O sujeito digitalizado e conectado é um pan-óptico de si mesmo. Dessa maneira, o monitoramento é delegado a todos os indivíduos. Harari (2016, p. 387), somando-se às asserções de Han sobre a necessidade de participação voluntária do sujeito, transformado em produtor e consumidor de informação simultaneamente, fenômeno anteriormente descrito como fomentado pela noção de positividade, afirma que “[a]s pessoas só querem ser parte um fluxo de dados, mesmo que isso signifique abrir mão da própria privacidade, da autonomia e da individualidade”. A crítica do autor reside nessa

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