Big data e inteligência artificial: a ascensão das técnicas digitais de controle social 266 e/ou captada de forma despercebida pelas tecnologias de big data e inteligência artificial fornece os instrumentos necessários para possibilitar a existência deste poder. As tecnologias digitais possibilitaram o acesso ao indivíduo, às suas preferências, rotina, hábitos, até então inimaginável, fazendo surgir aquilo que Han chamou de protocolamento total da vida, isto é, a quantidade informações obtidas sobre cada sujeito alcançou um patamar tão extraordinário a ponto de ser possível a completa cognição de todos os aspectos de sua vida, sejam eles fisiológicos, psicológicos ou acidentais. Através desta variedade virtualmente ilimitada de dados, de informações, o controle até então biopolítico expandiu-se para transformar-se em poder psicopolítico, ainda que coexistentes, uma vez que o comportamento dos indivíduos passa a ser moldado não mais apenas através de intervenções corporais, negativas, como punições, mas através de estímulos positivos, como a constante busca por aceitação social promovida através das redes sociais. O controle até então externo passa ser exercido, também, internamente, fazendo surgir uma violência e um controle autoimpostos, muito mais eficientes e muito menos dispendiosos REFERÊNCIAS Brooks, D. (2013, 4 de fevereiro). The Philosophy of Data. The New York Times. Opinion. Recuperado de https://www.nytimes. com/2013/02/05/opinion/brooks-the-philosophy-of-data. html Cornella, A. (1996). Cómo darse de baja y evitar la infoxicación en Internet. Extra!-Net Revista de Infonomía. Recuperado de https:// www.infonomia.com/pdf/1996_12_16_extranet.187.infoxi cacion.pdf Deleuze, G. (2013). Conversações (1972-1990). (P. P. Pelbart, Trad., 3a ed.). São Paulo, SP: Editora 34. Domecq, M. (2020). Sobre a Noção de Transparência em Byung-Chul Han e a Defesa de Nossa Desacreditada Opacidade. Griot: Revista de Filosofia, 20(3), 342-361. DOI: https://doi.org/10.31977/ grirfi.v20i3.1860
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