105 Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) AS NANOTECNOLOGIAS: QUE PAPEL NA RESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA AGROALIMENTAR? John Wilkinson1 1. Introdução As nanotecnologias têm recebido pouca atenção nos “agrifood studies” comparadas com temas como digitalização, financeirização, engenharia genética, e a proteína celular. Neste artigo exploramos em primeiro lugar o porquê disso para depois avaliar como elas se encai- xamnas grandes transformações que atingem o sistema agroalimentar hoje. Sem entrar nos detalhes, a importância das nanotecnologias de- corre do reconhecimento que substâncias em escala nano, (um bilio- nésimo de um metro), demonstram características úteis e diferentes das mesmas substâncias em escala micro ou macro. Estas novas pro- priedades oferecem possibilidades para o desenvolvimento de novos processo e produtos travessando o leque das atividades econômicas, incluindo o conjunto das atividades agroalimentares. 2. Em contraste com os transgênicos pouca atenção às nanotecnologias no estudos do agro Nas revistas que pautam “agrifood studies” como o Interna- tional Journal of Sociology of Agriculture and Food (IFSAF), Journal of Peasant Studies, Journal of Agrarian Change, Sociologia Ruralis, e aqui no Brasil a Revista do SOBER, um único estudo se encontra publicado sobre as nanotecnologias: The Emerging Nano Corporate Paradigm. Nanotechnology and the Transformation of Nature, Food, and Agri-Food Systems, Scrinis, G. & Lyons, K. 2007, IFSAF. Dado o título, que atribui às nanotecnologias a constituição de um novo paradigma para o sistema agroalimentar, a solidão do artigo nesta literatura chama atenção. Este artigo, no entanto, foi precedido, por uma série de estudos alertando sobre os perigos das nanotecnologias, que se constituem numa verdadeira campanha, de dois renomados ONGs internacionais, ETC Group, (2003, 2004, 2005) e Amigos da Terra, (2006, 2007, 2008) que contribuem muito à agenda e ao posicionamento dos “agrifood studies”, e são muito mais antenados à literatura especializada técnica e científica. A partir destes autores, bem como o artigo de Scrinis & 1 (CPDA/UFRRJ e PPGDR/UTFPR) DOI: https://doi.org/10.29327/5457536.1-7
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