Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) 122 res que influenciam diretamente seu comportamento e sua interação com sistemas biológicos e ambientais (CRIST et al., 2024). Para avalia- ção dos riscos à saúde, são realizados testes in vitro e in vivo, que buscam identificar possíveis efeitos tóxicos dos nanomateriais, como cito- toxicidade, genotoxicidade e imunotoxicidade (NG et al., 2010). Além disso, a modelagem computacional e as simulações ajudam a prever interações e possíveis riscos antes mesmo de serem realizados testes laboratoriais extensivos (FOREST, 2022). A complexidade e a variabilidade dos nanomateriais, no entanto, dificultam a aplicação de métodos tradicionais de avaliação de risco. Muitas vezes, os nanomateriais apresentam propriedades que os diferenciam substancialmente de suas contrapartes em escala maior, o que demanda novas abordagens para análise de toxicidade e de impac- to ambiental (ADJOA KUMAH et al., 2023). Assim, a ciência regulatória contribui para a validação de novos métodos e o desenvolvimento de diretrizes específicas que permitam uma avaliação de risco adaptada às características únicas dos nanomateriais (NAQVI; FLORA, 2020). 6.3 Importância de Dados e Evidências Científicas Validadas A coleta de dados confiáveis e de evidências científicas valida- das é um pilar central para a regulação de nanomateriais, pois permite que as decisões regulatórias sejam baseadas em informações precisas sobre os riscos e benefícios envolvidos (COMANDELLA et al., 2020). Evidências científicas de alta qualidade fornecem a base para análises de risco mais seguras e fundamentadas, o que é especialmente rele- vante para a nanotecnologia, onde a falta de conhecimento completo sobre os efeitos de longo prazo dos nanomateriais ainda representa uma barreira significativa (JOHNSTON et al., 2020). Para uma regulação baseada em evidências ser eficaz, é ne- cessário que os dados coletados sejam abrangentes, englobando não apenas os aspectos físico-químicos dos nanomateriais, mas também suas interações biológicas e seus efeitos ambientais (SUKHANOVA et al., 2018). Esses dados precisam ser continuamente atualizados para refletir os avanços na pesquisa e a introdução de novos nanomateriais no mercado. Nesse sentido, a cooperação internacional é crucial, pois facilita a padronização de métodos, o compartilhamento de dados e o estabelecimento de normas harmonizadas que beneficiam tanto os re- guladores quanto a indústria (ZIELIŃSKA et al., 2020). Evidências robustas e validadas garantem que as decisões regulatórias se baseiem em fundamentos científicos sólidos, promovendo a segurança pública e a sustentabilidade no uso da nanotecnologia (BLEEKER et al., 2023).
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