XXI SEMINANOSOMA

Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) 164 EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS, NOVAS TECNOLOGIAS E A NOVA PERSPECTIVA DO RISCO DA INADAPTAÇÃO André Rafael Weyermüller1 Cláudia Daniela Diefenbach Weyermüller2 1. Introdução A sociedade passou por longos processos de evolução e adap- tação ao meio ambiente. Essa evolução significou transformação, apri- moramento técnico e social. O meio no qual o ser humano se insere despertou uma ampla gama de aplicações da criatividade e do gênio inventivo característicos do humano. O estímulo que as dificuldades representam levou a humanidade a buscar constantemente a inovação, seja para a sobrevivência num primeiro momento, seja para des- tacar-se nos diversos contextos na atualidade com o domínio de técni- cas transformadoras da realidade. O paradoxo desse processo de evolução é que, na atualidade, essa constante busca por melhoria e adaptação teve como consequên- cia danos ambientais tão amplos que levaram a desregulação do clima e a ocorrência cada vez mais frequente de eventos climáticos extre- mos, uma realidade que a tecnologia por si só não consegue reverter. Pretende-se assim delimitar o tema a partir da ideia de inadaptação como uma nova e complexa forma de materialização do risco. A abordagem se justifica por sua relevância da análise do con- texto de crise ambiental que precisa ser entendida em sua complexidade sistêmica. Objetiva-se assim descrever essa nova modalidade de risco e destacar a necessidade de ações concretas de enfrentamento. Utiliza-se o método dedutivo e a pesquisa bibliográfica nos três tópicos propostos, quais sejam, a realidade da mudança climática e dos eventos extremos, a delimitação do conceito tradicional de risco e pe- rigo e a nova perspectiva de risco na inadaptação. A primeira parte do texto sintetiza o contexto complexo dos eventos extremos das mudanças climáticas e novas tecnologias para delinear fatores de complexidade típicos da atualidade, os quais alte1 Pós-Doutor em Direito pela PUC-RIO, URI e UCS. Doutor em Direito pela (Unisinos). Profes- sor e Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental e no Curso de Direito da Universidade Feevale. Professor no Mestrado Profissional em Direito da Empresa e dos Negócios da Unisinos. Advogado. E-mail: andrerw@feevale.br. 2 Mestranda em Qualidade Ambiental na Feevale. Especialista em Finanças pela Feevale. Ba- charel em Direito pela Feevale e em Administração de Empresas Hab. Comércio Exterior pela Unisinos. Advogada. DOI: https://doi.org/10.29327/5457536.1-11

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