Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) 166 ponentes importantes nesta equação, no intuito de compreender ou- tros componentes para além daqueles processos desencadeadores dos desastres, os quais também envolvem suscetibilidade, exposição e a capacidade adaptativa das comunidades. Os eventos extremos ocorridos no Rio Grande do Sul em maio e os furacões Helene e Milton nos Estados Unidos são apenas três dos eventos climáticos extremos que marcaram o ano de 2024. Eventos que já ocorreram antes, mas não com as mesmas consequências so- ciais e econômicas. O crescente aumento da temperatura média da Terra acompanha o crescimento de eventos desastrosos e revela a in- capacidade de se tomar decisões com repercussões amplas capazes de frear esse processo. Ocorrências climáticas com danos passam a ter outra perspec- tiva a partir de eventos recentes relacionados ao clima. Áreas de risco surgem a cada dia em lugares distintos, desvalorização de bens e inviabilidade de atividades econômicas, dispositivos de contenção de danos tornam-se obsoletos, apólices de seguros passam a excluir determina- dos eventos, comunidades inteiras precisam se deslocar, ampla biodiversidade está ameaçada de extinção, conflitos por recursos naturais como água, se intensificam entre tantas outras consequências. Além da realidade de incertezas sobre os efeitos das mudanças climáticas, soma-se como fator de risco a utilização de novas tecno- logias, com destaque a nanotecnologia. São fontes diversas entre si, porém têm em comum a imprevisibilidade e a necessidade de medidas de adaptação para se conviver com elas. As dúvidas acerca dos riscos provocados pelos produtos nano vêm aumentando entre pesquisadores e autoridades. Comprova-se isso pelo aumento de publicações e pesquisas sobre riscos das nano- partículas. Estas devem ser consideradas, pois representam o conheci- mento que já se tem sobre o comportamento da manipulação das nano partículas, as quais podem apresentar efeitos sobre a saúde. Essa possibilidade de efeitos nocivos para a saúde humana em virtude da possível toxidade dos elementos nanotecnológicos reforçam a noção do risco inerente a manipulação e utilização desses elementos em escala tão reduzida. O risco nesse caso está associado a incerteza científica e a possibilidade de avaliar corretamente o comportamento dessas substâncias5. Assim, importante ressaltar que, embora meto5 BUENO, Carolina de Castro; JESUS, Katia Regina Evaristo de. Emprego e adaptação do méto- do GMP-RAM para avaliação dos riscos das nanotecnologias. Embrapa Meio Ambiente, Ja- guariúna, SP, n. 62, dez. 2011. p.18. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/ bitstream/item/52419/1/boletim-62.pdf. Acesso em: 1 mar. 2018.
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