Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) 186 Avanços tecnológicos, particularmente a nanotecnologia unida à inteligência artificial (IA), impulsionam transformações e desafios. Isso demanda políticas públicas para promover inclusão, sustentabilidade e soberania agrícola. Para evitar que a atual revolução tecnoló- gica no campo siga um caminho de exclusão semelhante à “Revolução Verde”, é necessário implementar políticas que integrem pequenos e médios produtores ao processo de cocriação de novas soluções. O fo- mento à conectividade no meio rural, por meio de iniciativas como o plano de expansão de internet rural liderado pela “Câmara do Agro 4.0”, é um passo essencial. Além disso, capacitações técnicas voltadas para agricultores podem ajudar a democratizar o acesso às ferramen- tas digitais e promover a sua utilização de forma eficiente. Fomento ao desenvolvimento de tecnologias nacionais adap- tadas à realidade dos pequenos produtores é outro ponto fundamen- tal. Instituições de ensino e pesquisa, como a Embrapa, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ERSALQ-USP, Universidade Federal de Viçosa e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), entre outras, já possuem iniciativas de criação e adaptação de inovações como a IA e IoT (Internet das Coisas) para a agricultura brasileira. Essas universidades e centros de pesquisa colaboram em projetos voltados à automação agrícola, visão computacional, manejo inteligente de recursos e produção de tecnologias específicas para a agricultura tropical. A Embrapa, por exemplo, desenvolve pesquisas em parceria com o setor privado e startups, focando em tecnologias adaptadas à realidade das regiões agrícolas brasileiras, como o manejo florestal 4.0 e sistemas de precisão para o cerrado. Parcerias internacionais tam- bém têm um papel importante, como no projeto Swamp, em colabora- ção com a União Europeia, que utiliza a IoT para gerenciar a irrigação mais eficiente a partir de sensores de baixo custo. Para ampliar o im- pacto dessas inovações, é imprescindível integrá-las a programas de crédito, como o Pronaf, tornando-as financeiramente acessíveis, especialmente aos pequenos agricultores. A promoção de um ecossistema de inovação tecnológica inclusivo também passa pela articulação entre a pesquisa pública e o setor privado. Outro aspecto do planejamento é preservar a autonomia tec- nológica e a proteção dos dados dos agricultores brasileiros. Isso evita dependência excessiva de empresas estrangeiras e garante competitividade no mercado global. Para tanto, é necessário avançar em ins-
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