XXI SEMINANOSOMA

187 Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) tâncias de coordenação que progridam em outros aparatos protetivos, para além da Lei Geral de Proteção de Dados. Além dos aspectos já citados, a reestruturação das políticas pú- blicas deve priorizar o fortalecimento da agricultura familiar. Embora essa categoria ocupe apenas 2,3% da área agrícola nacional, é respon- sável pela produção de alimentos essenciais como feijão, mandioca e hortaliças. Políticas que ampliem o acesso ao crédito e incentivem práticas agroecológicas podem potencializar a produtividade desse seg- mento sem comprometer a sustentabilidade ambiental. O Sistema público de pesquisa e desenvolvimento agrícola é uma das maiores forças do Brasil. No entanto, é necessário direcionar esforços a tecnologias que combinem produtividade com sustentabi- lidade. O uso de sementes crioulas, adaptadas às condições locais e desenvolvidas ao longo de gerações por comunidades rurais, é uma solução promissora que não deve escapar das políticas públicas. Essas sementes, aliadas a técnicas de manejo sustentável, podem aumentar a resiliência da agricultura familiar diante das mudanças climáticas e das crises econômicas, avançando naquilo que se convencionou cha- mar de “Soluções Baseadas na Natureza”. Outro aspecto relevante é o potencial energético do Brasil. Com uma matriz energética relativamente limpa, baseada em hidrelétricas e fontes renováveis como solar e eólica, o país tem a oportunidade de integrar a produção agrícola à geração de energia. Essa sinergia pode beneficiar pequenos agricultores, diversificar suas fontes de renda e impulsionar o desenvolvimento rural de maneira sustentável. O redirecionamento das políticas públicas para a agricultura brasileira deve enfrentar de forma decisiva a concentração fundiária e promover um modelo mais equitativo. Isso inclui simplificar o acesso ao crédito, reduzir a burocracia e incentivar contrapartidas que fa- voreçam práticas sustentáveis e a utilização de tecnologias nacionais. Por fim, o Brasil, como potência agrícola e ambiental, deve assumir uma posição de liderança global ao investir em políticas públicas que harmonizem tecnologia, sustentabilidade e igualdade de oportunida- des, fortalecendo sua soberania alimentar e consolidando seu papel no cenário internacional. 5. Considerações finais Os resultados da “Revolução Verde”, da nanotecnologia e da inteligência artificial para o agronegócio brasileiro são indiscutíveis em termos de aumento de produtividade e eficiência. No entanto, os

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