XXI SEMINANOSOMA

41 Anais do XXI Seminário Internacional Nanotecnologias, Sociedade e Meio Ambiente desafios jurídicos éticos e sociais para a “grande transição sustentável” (XXI SEMINANOSOMA) aproximadamente 20% de todos os produtos manufaturados no mundo se basearão, em certa medida, na utilização da nanotecnologia. Re- fere-se ainda aos riscos associados com a fabricação e a utilização de nanomateriais consideravelmente desconhecidos, de modo que é provável que os trabalhadores estarão entre os primeiros a experimentar altas taxas de exposição (INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION, 2010). Diversas indagações surgem relativamente às nanotecnologias que assolam o meio ambiente do trabalho. Qual é a toxicidade desses materiais, que apresentam características tão diferentes quando em nano escala? Quais são os métodos apropriados para testes de toxicidade? Quais os impactos para a saúde daqueles que eventualmente manipularão uma nanopartícula? Qual a extensão da translocação des- sas partículas no organismo? Qual o efeito dos produtos e seus dejetos em contato com o meio ambiente? Perante essas inquietações é que se verifica uma transformação maior na sociedade da inovação, não mais utilizando a expressão Sociedade de Risco (Beck), mas sim metamorfose, cenário este que possuímos mais dúvidas que respostas, que assim fomentam as pesquisas nessa área. Oportuna passagem de Morin, que afirma ser o conhecimento “uma navegação num oceano de incertezas em meio a arquipélago de certezas” (MORIN, 2010, p. 39), e assim sendo é preciso ensinar “nos despertar para as incertezas e saber enfrentá-las, saber modificar o desenvolvimento das ações em função do desenvolvimento da situações” (MORIN, 2010, p. 41). É o que se busca com este escrito. 3. Os desafios sustentáveis e éticos frente à “metamorfose” da sociedade de risco para o nanotrabalhador à luz de proteção fundamental Conforme analisando acima, como as nanopartículas são mui- to pequenas, medindo menos de um centésimo de bilionésimo de me- tro, são regidos por leis físicas muito diferentes daquelas com as quais a ciência está acostumada. Existem probabilidades de que as nanopar- tículas apresentem grau de toxicidade maior do que as partículas em tamanhos normais, podendo assim ocasionar riscos à saúde e segurança de pesquisadores, trabalhadores e consumidores. Materiais em nanoescala podem ser biologicamente mais ativos do que os materiais em tamanho macro, e possuem capacidade única de interagir com proteínas e outros elementos funcionais biológicos essenciais. Além disso, são pouquíssimos os estudos experimentais de longo prazo para in-

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